Livro de Jó 4

SAGRADA BIBLIA	JERUSALEM
1 Elifaz de Temã tomou a palavra nestes termos:	1 Eliphaz de Témân prit la parole et dit:
2 Se arriscarmos uma palavra, talvez ficarás aflito, mas quem poderá impedir-me de falar?	2 Si on t'adresse la parole, le supporteras-tu? Mais qui pourrait garder le silence!
3 Eis: exortaste muita gente, deste força a mãos débeis,	3 Vois, tu faisais la leçon à beaucoup d'autres, tu rendais vigueur aux mains débiles;
4 tuas palavras levantavam aqueles que caíam, fortificaste os joelhos vacilantes.	4 tes propos redressaient l'homme qui chancelle, fortifiaient les genoux qui ploient.
5 Agora que é a tua vez, enfraqueces; quando és atingido, te perturbas.	5 Et maintenant, ton tour venu, tu perds patience, atteint toi-même, te voilà tout bouleversé!
6 Não é tua piedade a tua esperança, e a integridade de tua vida, a tua segurança?	6 Ta piété ne t'inspire-t-elle pas confiance, ta vie intègre n'est-elle pas ton assurance?
7 Lembra-te: qual o inocente que pereceu? Ou quando foram destruídos os justos?	7 Souviens-toi: quel est l'innocent qui a péri? Où donc a-t-on vu des justes exterminés?
8 Tanto quanto eu saiba, os que praticam a iniqüidades e os que semeiam sofrimento, também os colhem.	8 Je parle d'expérience: ceux qui labourent l'iniquité et sèment le malheur, les moissonnent.
9 Ao sopro de Deus eles perecem, e são aniquilados pelo vento de seu furor.	9 Sous l'haleine de Dieu ils périssent, au souffle de sa colère ils sont anéantis.
10 Urra o leão, e seu rugido é abafado; os dentes dos leõezinhos são quebrados.	10 Les rugissements du lion, les cris du fauve, comme les crocs des lionceaux sont brisés.
11 A fera morreu porque não tinha presa, e os filhotes da leoa são dispersados.	11 Le lion périt faute de proie, et les petits de la lionne se dispersent.
12 Uma palavra chegou a mim furtivamente, meu ouvido percebeu o murmúrio,	12 J'ai eu aussi une révélation furtive, mon oreille en a perçu le murmure.
13 na confusão das visões da noite, na hora em que o sono se apodera dos humanos.	13 A l'heure où les rêves agitent confusément l'esprit, quand une torpeur envahit les humains,
14 Assaltaram-me o medo e o terror, e sacudiram todos os meus ossos;	14 un frisson d'épouvante me saisit et remplit tous mes os d'effroi.
15 um sopro perpassou pelo meu rosto, e fez arrepiar o pêlo de minha pele.	15 Un souffle glissa sur ma face, hérissa le poil de ma chair.
16 Lá estava um ser - não lhe vi o rosto - como um espectro sob meus olhos.	16 Quelqu'un se dressa... je ne reconnus pas son visage, mais l'image restait devant mes yeux. Unsilence... puis une voix se fit entendre:
17 Ouvi uma débil voz: Pode um homem ser justo na presença de Deus, pode um mortal ser puro diante de seu Criador?	17 "Un mortel est-il juste devant Dieu, en face de son Auteur, un homme serait-il pur?
18 Ele não confia nem em seus próprios servos; até mesmo em seus anjos encontra defeitos,	18 A ses serviteurs mêmes, Dieu ne fait pas confiance, et il convainc ses anges d'égarement.
19 quanto mais em seus hóspedes das casas de argila que têm o pó por fundamento! São esmagados como uma traça;	19 Que dire des hôtes de ces maisons d'argile, posées elles-mêmes sur la poussière? On les écrase commeune mite;
20 entre a noite e a manhã são aniquilados; sem que neles se preste atenção, morrem para sempre.	20 un jour suffit à les pulvériser. A jamais ils disparaissent, car nul ne les ramène,
21 Não foi arrancada a estaca da tenda deles? Morrem por não terem conhecido a sabedoria.	21 Leur piquet de tente est arraché, et ils meurent dénués de sagesse."