1 Dizem, com efeito, nos seus falsos raciocínios: Curta é a nossa vida, e cheia de tristezas; para a morte não há remédio algum; não há notícia de ninguém que tenha voltado da região dos mortos. | 1 Dizem, com efeito, nos seus falsos raciocínios: Curta é a nossa vida, e cheia de tristezas; para a morte não há remédio algum; não há notícia de ninguém que tenha voltado da região dos mortos. |
2 Um belo dia nascemos e, depois disso, seremos como se jamais tivéssemos sido! É fumaça a respiração de nossos narizes, e nosso pensamento, uma centelha que salta do bater de nosso coração! | 2 Um belo dia nascemos e, depois disso, seremos como se jamais tivéssemos sido! É fumaça a respiração de nossos narizes, e nosso pensamento, uma centelha que salta do bater de nosso coração! |
3 Extinta ela, nosso corpo se tornará pó, e o nosso espírito se dissipará como um vapor inconsistente! | 3 Extinta ela, nosso corpo se tornará pó, e o nosso espírito se dissipará como um vapor inconsistente! |
4 Com o tempo nosso nome cairá no esquecimento, e ninguém se lembrará de nossas obras. Nossa vida passará como os traços de uma nuvem, desvanecer-se-á como uma névoa que os raios do sol expulsam, e que seu calor dissipa. | 4 Com o tempo nosso nome cairá no esquecimento, e ninguém se lembrará de nossas obras. Nossa vida passará como os traços de uma nuvem, desvanecer-se-á como uma névoa que os raios do sol expulsam, e que seu calor dissipa. |
5 A passagem de uma sombra: eis a nossa vida, e nenhum reinício é possível uma vez chegado o fim, porque o selo lhe é aposto e ninguém volta. | 5 A passagem de uma sombra: eis a nossa vida, e nenhum reinício é possível uma vez chegado o fim, porque o selo lhe é aposto e ninguém volta. |
6 Vinde, portanto! Aproveitemo-nos das boas coisas que existem! Vivamente gozemos das criaturas durante nossa juventude! | 6 Vinde, portanto! Aproveitemo-nos das boas coisas que existem! Vivamente gozemos das criaturas durante nossa juventude! |
7 Inebriemo-nos de vinhos preciosos e de perfumes, e não deixemos passar a flor da primavera! | 7 Inebriemo-nos de vinhos preciosos e de perfumes, e não deixemos passar a flor da primavera! |
8 Coroemo-nos de botões de rosas antes que eles murchem! | 8 Coroemo-nos de botões de rosas antes que eles murchem! |
9 Ninguém de nós falte à nossa orgia; em toda parte deixemos sinais de nossa alegria, porque esta é a nossa parte, esta a nossa sorte! | 9 Ninguém de nós falte à nossa orgia; em toda parte deixemos sinais de nossa alegria, porque esta é a nossa parte, esta a nossa sorte! |
10 Tiranizemos o justo na sua pobreza, não poupemos a viúva, e não tenhamos consideração com os cabelos brancos do ancião! | 10 Tiranizemos o justo na sua pobreza, não poupemos a viúva, e não tenhamos consideração com os cabelos brancos do ancião! |
11 Que a nossa força seja o critério do direito, porque o fraco, em verdade, não serve para nada. | 11 Que a nossa força seja o critério do direito, porque o fraco, em verdade, não serve para nada. |
12 Cerquemos o justo, porque ele nos incomoda; é contrário às nossas ações; ele nos censura por violar a lei e nos acusa de contrariar a nossa educação. | 12 Cerquemos o justo, porque ele nos incomoda; é contrário às nossas ações; ele nos censura por violar a lei e nos acusa de contrariar a nossa educação. |
13 Ele se gaba de conhecer a Deus, e se chama a si mesmo filho do Senhor! | 13 Ele se gaba de conhecer a Deus, e se chama a si mesmo filho do Senhor! |
14 Sua existência é uma censura às nossas idéias; basta sua vista para nos importunar. | 14 Sua existência é uma censura às nossas idéias; basta sua vista para nos importunar. |
15 Sua vida, com efeito, não se parece com as outras, e os seus caminhos são muito diferentes. | 15 Sua vida, com efeito, não se parece com as outras, e os seus caminhos são muito diferentes. |
16 Ele nos tem por uma moeda de mau quilate, e afasta-se de nosso caminhos como de manchas. Julga feliz a morte do justo, e gloria-se de ter Deus por pai. | 16 Ele nos tem por uma moeda de mau quilate, e afasta-se de nosso caminhos como de manchas. Julga feliz a morte do justo, e gloria-se de ter Deus por pai. |
17 Vejamos, pois, se suas palavras são verdadeiras, e experimentemos o que acontecerá quando da sua morte, 18. porque, se o justo é filho de Deus, Deus o defenderá, e o tirará das mãos dos seus adversários. | 17 Vejamos, pois, se suas palavras são verdadeiras, e experimentemos o que acontecerá quando da sua morte, 18. porque, se o justo é filho de Deus, Deus o defenderá, e o tirará das mãos dos seus adversários. |
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19 Provemo-lo por ultrajes e torturas, a fim de conhecer a sua doçura e estarmos cientes de sua paciência. | 19 Provemo-lo por ultrajes e torturas, a fim de conhecer a sua doçura e estarmos cientes de sua paciência. |
20 Condenemo-lo a uma morte infame. Porque, conforme ele, Deus deve intervir. | 20 Condenemo-lo a uma morte infame. Porque, conforme ele, Deus deve intervir. |
21 Eis o o que pensam, mas enganam-se, sua malícia os cega: | 21 Eis o o que pensam, mas enganam-se, sua malícia os cega: |
22 eles desconhecem os segredos de Deus, não esperam que a santidade seja recompensada, e não acreditam na glorificação das almas puras. | 22 eles desconhecem os segredos de Deus, não esperam que a santidade seja recompensada, e não acreditam na glorificação das almas puras. |
23 Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza. | 23 Ora, Deus criou o homem para a imortalidade, e o fez à imagem de sua própria natureza. |